quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Era só mais uma manhã... #

As paredes são de um azul-desbotado que me fazem ver fantasmas, reais, que estão em mim. Bem aqui, na minha mente. O ar parece pesado, eu luto pra respirar. O tempo está fechado, como se num acordo comigo. O cantinho de paz que tem em mim não consegue mais se encontrar com o trecho encantado da minha paisagem fúnebre. Não vejo mais o reflexo da água da piscina nas paredes, isso me enlouquece. Me vejo, me imagino do outro lado da janela, correndo, ofegante, fugindo não sei de quê. Paro, me jogo no asfalto. Não sei o que fiz, não sei porque fiz, não tenho noção do que faço, não sei do que fujo, não sei pra onde quero fugir. Olha, uma árvore! Será meu refúgio. Eu subo, com pressa, como se a árvore estivesse sob areia movediça. Me desequilibro, me assusto, me desespero, e apago.
Escrito dia 12/8/2009, às 7:23

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

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É tanta coisa,
Tanta informação solta,
Que elas acabam por se unir.
São restos:
Sentimentos, cores, palavras, lembranças, segredos...;
Tentando, de maneira desesperada,
Não ser resto, não ser sozinho.
Afinal, qual o dilema, o problema da solidão?
Não existe motivo para se unir, compartilhar.
Vontade de viver? Há!
A morte toda a vida apagará.
E os restos? Ainda serão restos.
Restos de outro alguém que de novo vão tentar se unir:
Em vão.

Março de 2009