quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

É isso o que você sempre faz. Foge. Estico meus braços o máximo que posso e te trago de volta, eu não consigo te deixar partir. Pois bem. Hoje consegui, pela primeira vez. Com lágrimas nos olhos, implorando por dentro "não vai, não vai". Fiquei parada no último lugar em que te vi, esperando que você tivesse esquecido as chaves, o celular, ou que você percebesse que deveria voltar e conversar - não é o que se faz quando as coisas se tornam estranhas? Eu já disse: você foge. Eu fico entre um punhado de questões em aberto e a ausência total de amor próprio, quando peço "fica, conversa comigo". Pois bem. Hoje consegui, pela primeira vez. Escolhi remoer sozinha, chorar meu próprio pranto e pensar com uma cabeça só. Meu coração. Caos. Mas olha, estou me virando sem você aqui. Sua substituição é esse conjunto porco de palavras. Texto feio, pra não contrastar com a fúria que me acomete. Descobri que preciso continuar inteira quando você vai, mas não quero aprender a fazer isso, não mesmo. Também não quero que fique porque deixei meu desespero transparecer. Tentei fechar meu olhos e ver os seus ao reabri-los. Não vi, nada de você aqui. Com tempo e esforço, já consigo piscar sem esperar te ver no fim do processo. Não é pedido, é conselho: se se importa, volta.